Os maçons da Soberana Grande Loja
Maçônica do Brasil lamentam uma vez mais o extremo descaso à cultura e à
educação brasileira por parte do governo público deste país. A recente notícia
do fechamento de um dos maiores e mais importantes museus de história natural
do Brasil e também a mais antiga instituição científica do país trouxe grande
desalento ao sentimento de esperança que temos em relação à verdadeira ordem e
ao efetivo progresso nacional. O Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio
de Janeiro, é só mais uma das centenas de instituições que sofre por falta de
recursos e de interesse público pelo Brasil afora.
O Museu, criado por D. João VI em 1818, é
vinculado ao Ministério da Educação e, segundo uma nota em seu próprio site,
interrompe suas atividades por tempo indeterminado, pois “aquela instituição
que deveria ser a ‘Pátria Educadora’, conforme promessa da presidente Dilma
Roussef em sua posse, a UFRJ (que mantém o museu) não tem recebido os recursos
que lhe cabem, inclusive para pagamento das empresas que prestam serviços de
limpeza e portaria ao Museu”.
A maçonaria brasileira tem o dever moral e
uma grande oportunidade de mostrar seu valor intervindo radicalmente nesta
situação, expondo abertamente o caso e conclamando seus obreiros e obreiras a
protestar, denunciar e vociferar contra estes descalabros cometidos por um
governo corrupto e sem escrúpulos, deixando à míngua importantíssimas
instituições como o Museu Nacional, que são responsáveis pela formação e a educação científica e
cultural de brasileiros e estrangeiros que tomam tais locais como referência
intelectual internacional.
No Paraná e na cidade de Curitiba, igualmente os Irmãos desta obediência
observam museus, centros culturais e instituições educacionais serem
sucateadas, abandonadas e deixadas à beira do esquecimento, tendo suas portas
fechadas frequentemente por falta de recursos financeiros e de qualquer ação
mínima de valorização destes espaços. Não fosse pela dedicação, muitas vezes
voluntária, de funcionários e colaboradores que doam suas vidas pela manutenção
dos museus que abrigam a história, a arte e a cultura da cidade e do Estado, há
tempos instituições como o Museu Paranaense (com quase 140 anos de existência),
o Solar do Barão (conhecido por ser a antiga casa de um dos maiores heróis
brasileiros, o Barão do Serro Azul, e que hoje é importantíssima referência no
cenário da formação de artistas), e o Museu de Arte Contemporânea do Paraná (um
dos mais antigos do Brasil), estariam agora com suas atividades encerradas e
apenas na memória do seu povo. É lamentável visitar tais espaços e
encontra-los, muitas vezes, abandonados e com exposições improvisadas e
decadentes, onde se evidencia a vontade dos funcionários em manter a qualidade
museográfica mas que se faz gritante o esquecimento e o descaso público numa
esfera maior.
É nosso dever, como maçons que somos e intimamente ligados a
instituições como estas que contam também a história e os feitos de nossas
Obediências Maçônicas ao longo dos séculos, agirmos num momento como este, onde
a esfera pública federal, estadual e municipal se isentam da responsabilidade
do cuidado e da manutenção da nossa cultura regional, nacional e mundial.
A Soberana Grande Loja Maçônica do Brasil se solidariza com o Museu Nacional
e coloca-se em Pé e à Ordem para defender seus interesses, a todo custo, que
são também os da sociedade!
R.’.B.’. - Sereníssimo Grão
Mestre Adjunto da Soberana Grande Loja Maçônica do Brasil